Por Anderson Araújo
René Descartes adotou o método da dúvida como estratégia de argumentação. Em "Meditações Metafísicas" ele fala sobre "as coisas que se podem colocar em dúvida". Ele lembra que normalmente nós recebemos falsas opiniões como verdadeiras. Com o seu método, pretende rejeitar todas as opiniões que forem falsas ou que lhe parecerem falsas. Isso demonstra um certo rigor em seu método.
O filósofo lembra que os sentidos nos enganam. Além disso, nós também nos enganamos quando dormimos, pois diversas vezes confundimos sonho e vigília. Em alguns sonhos achamos e sentimos que estamos acordados e que estamos de fato vivenciando determinadas situações. Logo, nós confundimos sonho e realidade.
Como podemos comprovar se estamos dormindo ou acordados? Nós nos alegramos quando sonhamos, sentimos dor, medo, prazer e tristeza como se estivéssemos acordados. Você não estaria sonhando neste momento em que lê este post de filosofia? Você pensa que está sentado em uma cadeira ou poltrona e que está diante do computador, mas também não poderia estar "na horizontal" sonhando com tudo isso?
Este pensamento pode parecer banal, simplório, ou louco. Mas tem um grande valor filosófico no sentido de nos alertar para a necessidade da dúvida em nossos raciocínios e argumentações. Somos passíveis de erro, sujeitos ao engano. Logo, devemos tomar cuidado com as opiniões que recebemos dos outros e com o nosso conhecimento do mundo em geral. A dúvida nos possibilita um conhecimento mais seguro das coisas e de nós mesmos.
Entretanto, o filósofo René Descartes não se contenta com a dúvida. Sua investigação pretende chegar ao que não se pode colocar em dúvida. É aí que ele chega no princípio "Cogito ergo sum", ou seja, "Penso, logo existo". "Eu estou pensando" é princípio e é puramente intelectual, razão pela qual não posso duvidar. "Eu estou pensando" é indubitável porque é evidente. Mesmo duvidando que estou pensando é indubitável que penso ao duvidar. Já "eu estou suando" não é indubitável porque é um dado da experiência que não é claro, nem evidente. Para Descartes é indubitável aquilo que é puramente intelectual.
Apesar disso, essa problematização gera um longo e interminável debate entre os filósofos. Um deles é se realmente podemos provar a existência daquele que pensa a partir da capacidade de pensar. E ainda, ao descobrir que penso, posso até provar a minha existência, mas como provar a existência das outras pessoas e das coisas ao meu redor?
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
DESCARTES, René. Meditações Metafísicas.
3 comentários:
Acho que terei que estudar muita Filosofia, e porque não matemática... para entender as obras de René Descartes! Mas com essa leitura pude esclarecer muitas coisas que passaram em branco.
Bom acho que Duvida temos quase todo momento pois passamos por situações em que nos temos que escolher e maioria das vezes nos surpreendemos com nossa opição.René cria um metodo de que "Penso Logo Existo" ele comenta que quando conversou com outros filosofos um deles mostra que prova sua existência por causa das outras pessoas e coisas"Podemos imaginar tambem que somos um fantoche de um deus enganador nos observando todo tempo.René por ser cetico, suspende o juizo e ultiliza a duvida em sua filosofia mais "metologicamente" afim de chegar a certeza de que "PENSO LOGO EXISTO!"
Brenda de Oliveira 3°H1
Segundo René, a dúvida alimenta a busca pela argumentação. A vida é constantemente fundamentada de dúvidas. Uma das dúvidas que René discute afirma que os sentidos nos enganam, onde podemos confundir o estar sonhando com a vigília, uma vez que os sentimentos proporcionados são muito parecidos ou até mesmo iguais. Por sermos seres não perfeitos estamos sujeitos a errar e se enganar, a dúvida por sua vez pode proporcionar um conhecimento de mundo mais seguro . René chega a duvidar da propria existencia , mais chega a conclusão que se ele pensa , logo ele existe. Abraço , Lorrany Pabline.
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