Pensar a Filosofia no cotidiano. “A filosofia é luta contra o enfeitiçamento de nosso entendimento pelos meios da nossa linguagem”. (Wittgenstein. Investigações Filosóficas, 109)
quinta-feira, 27 de maio de 2010
Encantamento, Espanto e Admiração
terça-feira, 25 de maio de 2010
Na Natureza Selvagem
sábado, 22 de maio de 2010
O Drama Humano da Liberdade
quarta-feira, 19 de maio de 2010
O Tio Zé e a Filosofia
domingo, 16 de maio de 2010
Sentimento
terça-feira, 11 de maio de 2010
A Consciência Ética em Gandhi e o Método da Não-violência
Por Anderson Araújo
A história nos revela exemplos de homens que lutaram pela paz no mundo e pela liberdade humana. Gandhi se destaca na história por seu amor e dedicação à vida, por seu cuidado com todas as coisas que existem no mundo. Podemos dizer que Gandhi possuía uma consciência ética.
Gandhi, em princípio, lutou pela independência da Índia. É o que podemos falar, resumidamente, da vida deste homem. Porém, ao lutar pela independência da Índia, Gandhi o fez também pela independência do homem inglês que explorava a Índia, pela independência do homem europeu, enfim, pela independência do ser humano!
Mas, Gandhi também teria lutado pela independência dos exploradores da Índia, isto é, pelos ingleses? Conhecemos a história e sabemos que Gandhi lutara tão somente pela independência da Índia. Mas, o método, isto é, o caminho que ele utilizou para lutar pela independência do seu país é marcado por uma preocupação não só com o seu povo, os indianos, mas com o ser humano. O objetivo de Gandhi nesta luta foi a liberdade e a paz para o ser humano, e não apenas para o seu povo.
O caminho utilizado por Gandhi: a não-violência. Não-violência não significa passividade, ou resignação, mas uma luta mais ativa que a luta armada. Porque só homens disciplinados, de bons hábitos, conhecedores de si mesmos e dos seus ideais e, portanto, da sua causa, podem utilizar o método da não-violência. Gandhi sabia que uma boa ação, realizada uma única vez não faria diferença na vida do seu povo. É preciso ser bom sempre, respeitar todos os dias a natureza e a vida; mostrar-se indignado todos os dias com a mentira e o egoísmo e, certamente o mais importante: é preciso dialogar sempre!
Gandhi ensinou a virtude para o mundo inteiro, ensinou-nos como podemos ser livres e como podemos cuidar da morada humana, isto é, como podemos ser éticos. Porque o mundo, que é a morada comum a todos os homens, não depende apenas do gesto de uma pessoa para que ele continue habitável, mas do esforço de todos os seres humanos, de gestos simples; jogar uma casca de banana na lixeira, dizer um bom dia ao outro e pedir perdão aos nossos pais, aos nossos filhos, e aos nossos amigos.
Há um provérbio que diz: Não é a chuva forte que nos dá uma boa colheita, mas aquela chuva que cai mansinha todos os dias sobre os nossos campos. É urgente que sigamos o exemplo de Gandhi, pois só teremos uma boa colheita, ou seja, só colheremos a paz e a liberdade se regarmos todos os dias as nossas vidas com diálogo e boas ações.
O filósofo Michael Foucault diz que não existe o poder. Mas, relações de poder. Porque o poder circula entre as pessoas. E é o que caracteriza a liberdade. Assim, por exemplo, num diálogo, quando escutamos, silenciosamente, o que o outro fala, damos ao outro o poder de falar.
Hannah Arendt, também filósofa, nos ensina que, se o poder foi tomado por uma pessoa, não há poder, mas violência. Porque o poder não pode ser tomado, mas dado. Assim, quando elegemos um representante, damos à outra pessoa o poder de nos representar. Arendt escreve: “A forma extrema de poder é o todos contra um. A forma extrema da violência é o um contra todos (...) A violência de um contra todos nunca é possível sem armas. A violência distingue-se por seu caráter instrumental”.(Hannah Arendt, Sobre a Violência).
Assim, aprendemos com os filósofos que, quando agimos com violência verbal ou física, estamos distanciando-nos do poder, e afastando-nos do que nos faz humanos; da capacidade de nos expressarmos através do diálogo. Gandhi também nos ensina isso, mas vai além. Mahatma Gandhi, “grande alma”, como foi chamado, nos ensina que um ato violento é injustificável, e que um bom soldado é um homem virtuoso que se cultiva com bons hábitos e pratica boas ações.
“Considero-me um soldado, mas um soldado da paz”. (Gandhi)
HISTÓRIA
Para quem tiver interesse em conhecer melhor a vida de Gandhi:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Mahatma_Gandhi
quinta-feira, 6 de maio de 2010
O Que é o Tempo?
Por Anderson Araújo
Santo Agostinho, um filósofo cristão, elabora um pensamento divertido e interessante sobre o TEMPO. Primeiramente, Agostinho se faz a seguinte pergunta: “O que fazia Deus antes de criar o céu e a terra?” Através dessa pergunta o filósofo chegou a soluções geniais, que se tornaram muito famosas.
Antes de Deus criar o céu e a terra não havia tempo e, portanto, não se pode falar de um “antes” antes da criação do tempo. O tempo é criação de Deus e, por isso, a pergunta proposta não tem sentido. Mas, vamos insistir com Agostinho, então, o que é o tempo?
O tempo implica passado, presente e futuro. Mas o passado não é mais e o futuro não é ainda. E o presente, diz Agostinho, “se fosse sempre e não transcorresse para o passado, não seria mais tempo, mas eternidade”.
Para Agostinho, o tempo existe na mente do homem, porque é na mente do homem que se mantém presentes tanto o passado como o presente e o futuro. E de qualquer forma, é na nossa mente que se encontram esses três tempos, que não são vistos em outra parte: o presente do passado, que é a memória; o presente do presente, isto é, a intuição; o presente do futuro, ou seja, a espera.
Os sábios e os filósofos nos ensinam que a qualidade de vida depende da nossa capacidade de aproveitar o tempo. Ou seja, vive melhor quem sabe aproveitar o seu tempo.
Os antigos diziam uma frase em latim muito interessante sobre isso: “Carpe diem”, que significa: “Aproveite o seu dia”, “Aproveite o seu tempo”. Mas aproveitar o tempo, ou aproveitar o dia, é fazer sempre o que gostamos? Parece-me que aproveitar o tempo é fazer o que é necessário fazer em cada momento. Pois, a pessoa que deixa tudo para a última hora sofre tentando manipular o tempo. Logo, não vive bem. Carpe diem!